Superar a tentação em 9 segredos da história de José

Superar a tentação nunca é fácil. Não importa o quanto tentemos lutar contra isso, nossa natureza pecaminosa leva vantagem sobre nós.

Boas notícias! A história de José na Bíblia nos dá 9 segredos promissores para tornar isso possível.

Mas antes de mergulhar nisso, vamos conhecer a história de José primeiro, como pano de fundo para nosso tópico principal.

Conhecendo José e sua história

A origem e o significado de seu nome

O nome José foi tirado do termo hebraico Yôseph, que significa “que ele acrescente”. Deriva-se da palavra raiz yasaph, que significa “adicionar”¹.

Falando em “acrescentar”, a mãe de José, depois de dar à luz, disse: “Que o Senhor me acrescente ainda outro filho” (Gênesis 30:24, NVI).

Mas o nome de José também implicava “tirar”, como o que significa a palavra raiz asafe¹.

Isso ficou evidente em outra declaração da mãe de José: “Deus tirou de mim a minha humilhação” (Gênesis 30:23, NVI).

Humilhação? Por quê? Continue lendo.

Seu nascimento

Em Gênesis 30, encontramos Raquel, a esposa de Jacó.

Por muito tempo, ela não podia dar filhos a Jacó. Isso a deixou com ciúmes de sua irmã, Lia.

Mais tarde, Raquel deu a Jacó sua serva Bila, enquanto Lia também ofereceu sua serva Zilpa e ela mesma. E Jacó teve muitos filhos com elas.

Mas então, finalmente, “Então Deus lembrou-se de Raquel. Deus ouviu o seu clamor e a tornou fértil” (verso 22, NVI). E sim, essa criança era José.

Você pode imaginar o quão desesperada Raquel estava antes? Ela pensou que nunca teria um filho, mas Deus finalmente respondeu a sua oração.

Sua origem familiar

Como você pode concluir na seção anterior, José era filho de Jacó e Raquel.

De Raquel, José teve Benjamin como seu único irmão. O resto eram meio-irmãos nascidos de Lia, Bila e Zilpa, que eram os seguintes:

• Simeão
• Levi
• Zebulom
• Issacar
• Dã
• Gade
• Aser
• Naftali
• Rubem
• Judá

Sua história resumida

Com sua família em Canaã

José cresceu como o filho favorito de seu pai. Para mostrar isso, ele fez para ele um casaco colorido feito de “roupas caras, como as usadas por jovens nobres”¹.

Isso deixou seus irmãos com ciúmes dele. Mas ficou ainda pior quando ele contou a eles sobre seus sonhos.

Na primeira, os feixes de grãos de seus irmãos se reuniam em torno de seu feixe e se curvavam a ele (Gênesis 37:7). Na segunda, o sol, a lua e 11 estrelas, representando sua família, também se curvavam a ele (verso 9).

Isso implicava que um dia José reinaria sobre sua família.

Seus irmãos ficaram com raiva e o jogaram em uma cisterna vazia (versos 19-20). Mais tarde, eles o venderam a mercadores que passavam, indo para o Egito.

Chegando em casa, eles não contaram ao pai o que realmente aconteceu. Em vez disso, eles lhe mostraram o manto colorido de José que eles mancharam com sangue de bode para parecer que ele foi devorado por um animal (versos 32-33).

Que traição! Que mentira!

Por causa disso, Jacó rasgou suas roupas, vestiu-se de pano de saco e chorou por seu filho nos dias seguintes. Mesmo com seus filhos o confortando, ele insistiu: “Não, continuarei a chorar até que me junte ao meu filho na sepultura” (verso 35, NVI).

Pobre pai! Ele não merecia.

A tentação no Egito

Deve ter sido um choque cultural para José estar em um novo ambiente com novas pessoas no Egito.

Começou como empregado regular. Mas vendo seu sucesso em tudo que fazia porque Deus estava com ele, Potifar o promoveu para cuidar de sua casa, entre outras responsabilidades (Gênesis 39:1-4).

Um dia, a esposa de seu senhor o convidou para ir para a cama com ela. Mas José recusou, dizendo que não poderia trair a Deus fazendo o mal (versos 7-9).

No entanto, a esposa de Potifar foi persistente o suficiente para seduzi-lo dia após dia, mas José ainda recusou.

Até que uma vez, ela o agarrou pela capa e o convidou para dormir com ela. Mas José fugiu e deixou seu manto para ela (versos 10-12).

Tomando-o, ela chamou seus servos, dizendo: “Vejam, este hebreu nos foi trazido para nos insultar! Ele entrou aqui e tentou abusar de mim, mas eu gritei. Quando me ouviu gritar por socorro, largou seu manto ao meu lado e fugiu da casa” (versos 14-15, NVI).

Uma mentirosa oportunista!

Pensando bem, os próprios irmãos de José já o haviam traído. Agora, ele experimentou outra traição.

Como você se sentiria se fosse esse homem inocente? Tão injusto, certo? Você provavelmente questionaria a Deus: “Eu mereço tudo isso?”

José como uma bênção para o Egito

A acusação da esposa de Potifar contra José resultou em sua prisão apesar de sua inocência (Gênesis 39:20).

No entanto, Deus estava com ele na prisão. Ele concedeu-lhe favor aos olhos do carcereiro, o suficiente para nomeá-lo encarregado de todos os prisioneiros.

Ele até se tornou uma bênção para dois deles—o copeiro-chefe e o padeiro do rei—interpretando seus sonhos (capítulo 40).

O copeiro sonhou com uma videira com 3 ramos. Carregando uvas, ele as pegou e as espremeu no copo do Faraó, e entregou a ele (versos 9-11).

Enquanto isso, o padeiro sonhou que carregava na cabeça 3 cestas de bolo para o faraó. Mas os pássaros os comeram (versos 16 e 17).

José interpretou que Faraó restauraria o copeiro em sua posição, mas enforcaria o padeiro. E aconteceu exatamente como ele havia previsto.

2 anos depois, o faraó sonhou com 7 vacas magras comendo 7 vacas saudáveis (versos 1-3 do capítulo 41) e 7 espigas magras engolindo 7 espigas saudáveis (versos 5-7).

Nenhum dos magos do Faraó conseguiu interpretá-lo, então o copeiro lembrou e recomendou José, resultando em sua libertação da prisão.

De acordo com o que Deus lhe revelou, José disse ao rei que haveria 7 anos de abundância em todo o Egito. Mas 7 anos de fome os sucederiam.

Como tal, ele o aconselhou a armazenar grãos em preparação para a fome. Impressionado com sua proposta, Faraó o nomeou governador do Egito (versos 41-45).

José como uma bênção para sua família

Quando veio a fome, pessoas de diferentes nações vieram ao Egito para comprar comida. Entre eles estavam os próprios irmãos de José.

Vendo-os, José os reconheceu, mas eles não. Então, ele aproveitou para testar se eles haviam mudado (Gênesis 42).

Ele os acusou de espiões, mas os homens provaram que eram homens honestos, contando a ele sobre a história de sua família. Com isso, José pediu que eles voltassem com seu irmão mais novo, Benjamim, que não estava com eles, e enquanto isso, um deles deveria permanecer no Egito sob custódia.

Voltando com Benjamim, José os testou ainda mais, colocando uma taça de prata no saco de Benjamim, que seu mordomo encontrou enquanto viajavam para casa (capítulo 44).

Voltando ao Egito para se explicar a José, eles lhe disseram que não o roubaram, insistindo que eram homens honestos.

Quando José decidiu deixá-los ir, exceto Benjamim, Judá se ofereceu para tomar seu lugar. “Pois como posso voltar para meu pai se o menino não está comigo? Temo ver o mal que encontraria meu pai” (verso 34, NVI).

Provando sua honestidade e sinceridade e vendo o quanto eles haviam mudado, José não conseguiu conter as lágrimas revelando quem ele realmente era. Seus irmãos não podiam acreditar.

Mais tarde, José pediu-lhes que trouxessem o pai. E eles fizeram, junto com seus descendentes.

Vendo-o finalmente, José caiu em seu pescoço e chorou. Jacó disse a ele: “Agora já posso morrer, pois vi o seu rosto e sei que você ainda está vivo” (verso 30 do capítulo 46, NVI).

Que reencontro dramático!

Ao longo dos anos que se passaram, a família de José viveu com ele no Egito e Deus os abençoou.

9 segredos para vencer a tentação

1) Reconheça a tentação.

O primeiro passo para superar a tentação é reconhecer sua presença e natureza.

Mas é importante primeiro distinguir entre ser tentado e entrar em tentação. E a partir disso, determine onde você está.

“A tentação não é pecado; o pecado consiste em ceder”². Em outras palavras, a tentação só se torna um pecado no momento em que você se entrega a ela e deixa que ela o controle.

Na história, José reconheceu que foi tentado pelos encantos da mulher, pela lisonja de seus lábios e seu amor sem lei³. Então, ele fugiu para evitar cair em pecado.

2) Não se deixe enganar pelo Diabo.

Satanás nem sempre nos tenta de formas e maneiras que podemos prever.

Na maioria das vezes, ele “oculta suas tentações e seus ardis sob uma cobertura de luz, como quando se aproximou de Cristo no deserto”. Assim, ele também pode “aproximar-se de nós como um hóspede celeste”⁴.

Você não quer ser enganado por esse demônio astuto, não é?

Nesta época do mundo, quando o fim de todas as coisas está próximo, Satanás está fazendo um esforço especial para obter vitórias⁵.

“O grande inimigo sabe que, se predominam a paixão e o apetite, a saúde do corpo e a força do intelecto serão sacrificadas no altar da satisfação própria, e o homem acelerará sua ruína”⁶.

Ao ceder às suas tentações, Satanás “ganha facilmente acesso àquele que está preso ao apetite. Por meio da intemperança, alguns sacrificam a metade e outros, dois terços do seu poder físico, mental, moral, e tornam-se joguetes nas mãos do inimigo”⁷.

Mas “se o intelecto iluminado segura as rédeas… Satanás sabe muito bem que seu poder de vencer com suas tentações é muito pequeno.”

Isso fica evidente quando a esposa de Potifar falhou em levar José ao pecado. Nesse caso, Satanás foi derrotado⁸.

3) Reconheça sua natureza pecaminosa.

Sendo descendentes de Adão e Eva, herdamos sua natureza pecaminosa. “Pois todos pecaram e estão destituídos da glória de Deus” (Romanos 3:23, NVI).

Por causa disso, superar a tentação é difícil. Mas isso é se confiarmos em nossos próprios esforços.

“A natureza humana só pode suportar uma quantidade limitada de provas e testes. O finito só pode suportar uma medida finita, e a natureza humana sucumbe”⁹.

4) Lembre-se do que Deus fez por você.

Cristo veio ao mundo “trazer ao homem poder moral a fim de que seja vitorioso em vencer as tentações sobre o apetite, e quebrar a cadeia da servidão de hábitos e condescendência com o apetite pervertido, e avançar na força moral de um homem”¹⁰.

Ao superar a tentação, Jesus resistiu à prova do caráter. Ele tornou possível que tomássemos posse da divindade que Ele revestiu com Sua humanidade, para que superássemos as tentações que estavam ao nosso redor¹¹.

Por Sua vida sem pecado, Jesus demonstrou que, pelo poder de Deus, é possível ao homem resistir às tentações de Satanás¹².

5) Lembre-se que Deus vê você.

Quando tentado, o primeiro pensamento de José foi em Deus; Tu ‘Deus me vê’ foi a grande verdade controlando os pensamentos de sua mente, influenciando os motivos de suas ações¹³.

Na sequência, ele considerava Deus não como um tirano observando suas ações para condená-lo e puni-lo, mas como um amigo terno e amoroso que guardava seus interesses. Ele não seria persuadido por incentivos ou ameaças a se desviar do caminho da mais estrita integridade. Ele não violaria a lei de Deus.

6) Orar.

Como Jesus aconselhou Seus discípulos, ore para que Deus “não nos deixe cair em tentação” e “livra-nos do mal” (Mateus 6:13, NVI)

Devemos “vigiem e orem para que não caiam em tentação. O espírito está pronto, mas a carne é fraca” (Marcos 14:38, NVI).

“José orou e foi preservado do pecado em meio de influências projetadas para afastá- lo de Deus”¹⁴.

7) Reivindique as promessas de Jesus.

Por meio de Jesus, “a todo filho de Deus tentado e em luta pode vir divina iluminação, de modo que ele não precise cair na batalha contra os poderes das trevas, mas seja vencedor em todo combate”¹⁵.

Mas não devemos vencer em nosso próprio nome ou força; pois por nós mesmos, não podemos guardar os mandamentos de Deus. O Espírito de Deus deve ajudar nossas fraquezas¹⁶.

E você não deve se preocupar porque Cristo “venceu o mundo” (João 16:33, NVI). Com isso, você pode ter a mesma vitória que a Dele.

Deus também lhe assegura que Ele “não permitirá que vocês sejam tentados além do que podem suportar. Mas, quando forem tentados, ele mesmo lhes providenciará um escape, para que o possam suportar” (1 Coríntios 10:13, NVI).

Além disso, Cristo está pronto para perdoar todos os que vierem a Ele confessando seus pecados. À alma provada e em luta é dita a palavra: Que ele se apodere de Minha força para que possa fazer paz comigo¹⁷.

Em sequência, temos um Sumo Sacerdote que é tocado pelo sentimento de nossas fraquezas, pois em todos os pontos foi tentado como nós.

Estas são apenas algumas das promessas de Deus às quais podemos nos apegar para superar a tentação.

E por falar em promessas, vimos nos sonhos de José que Deus revelou que sua família um dia se curvaria a ele.

É verdade que, quando ele se tornou governador do Egito, ele governou sua família e eles se submeteram à sua liderança.

8) Estude e obedeça a Palavra de Deus.

Que cada um de nós leia a Bíblia e guarde a Palavra de Deus. Vamos permanecer em nossa posição de santa confiança e ensinar aos outros como escapar da luxúria resistindo ao inimigo para que ele fuja de nós¹⁸.

A obediência a Deus “não diminui nossa felicidade e verdadeiro prazer nesta vida, mas tem um poder refinador e elevado sobre nosso caráter. O estudo diário das preciosas palavras da vida encontradas na Bíblia fortalece o intelecto e fornece um conhecimento das grandes e gloriosas obras de Deus na natureza”¹⁹.

Continuando, “mediante o estudo da Bíblia aprendemos a viver de maneira a fruir a maior soma de pura felicidade. O estudioso da Bíblia acha-se também provido de argumentos escriturísticos de modo a poder enfrentar as dúvidas dos incrédulos, removendo-as pela brilhante luz da verdade.”

Pela comunhão com Deus por meio da natureza e do estudo de Sua Palavra, José “adquiriu ele vigor mental e firmeza de princípios”²⁰.

Quando levado ao Egito, ele “lembrou-se do Deus de seu pai” e das “lições de sua infância”. E “sua alma estremeceu com a possibilidade de provar a si mesmo verdadeiro”²¹.

9) Esteja atento.

“A única segurança para os jovens é a incessante vigilância e humilde oração. Não devem lisonjear-se de que podem ser cristãos sem isso”⁴.

Desde a queda de Satanás, tem havido 2 lados no mundo, os pecadores e os justos; e devemos nos identificar totalmente com aqueles que servem a Deus⁵.

Sendo vigilante e orando, José venceu suas batalhas com Deus.

Em sua vida e caráter manifestou-se o que era amável, puro e nobre. Ao suportar suas tristezas sob circunstâncias difíceis e ao suportar tentações, José era um em caráter com Cristo²².

O que você aprendeu?

Esse blog te iluminou?

O que você aprendeu com a história de José sobre superar a tentação? Compartilhe seus pensamentos na seção de comentários abaixo.

Mas antes que você finalmente vá, deixamos com você estas palavras: “Permita que o caráter de José seja o seu caráter, que a força dele para resistir à tentação seja a sua força. Seus esforços serão bem sucedidos se você os fizer na força de Deus”²³.

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1. Siegfried Horn, Dicionário Bíblico Adventista do Sétimo Dia, 1979, 618-21 [↩] [↩] [↩]
2. Ellen White, Cristo Triunfante, 238.6 [↩]
3. Ellen White, From the Heart, 265.5 [↩]
4. Ellen White, Testemunhos para a Igreja, 1872, volume 3, 374.1 [↩] [↩]
5. Ellen White, Letters and Manuscripts, 1910, volume 25, parágrafo 5 [↩] [↩]
6. Ellen White, No Deserto da Tentação, 69.2 [↩]
7. Ellen White, No Deserto da Tentação, 68.2 [↩]
8. Ellen White, From the Heart, 265.3 [↩]
9. Ellen White, A Maravilhosa Graça de Deus, 166.4 [↩]
10. Ellen White, Temperança, 264,3 [↩]
11. Ellen White, Letters and Manuscripts, 1907, parágrafo 22 [↩]
12. Ellen White, The Review and Herald, 1903, parágrafo 6 [↩]
13. Ellen White, The Signs of the Times, 1880, artigo A, parágrafo 5 [↩]
14. Ellen White, Minha Consagração Hoje, 16.3 [↩]
15. Ellen White, Filhos e Filhas de Deus, 369.3 [↩]
16. Ellen White, The Review and Herald, 1892, parágrafo 5 [↩]
17. Ellen White, The Signs of the Times, 1902, parágrafo 9 [↩]
18. Ellen White, Letters and Manuscripts, 1907, paragraph 34 [↩]
19. Ellen White, Testemunho para a Igreja, 1872, volume 3, 374.2 [↩]
20. Ellen White, Educação, 52.2 [↩]
21. Ellen White, Educação, 52.3 [↩]
22. Ellen White, From the Heart, 266.5 [↩]
23. Ellen White, Cristo Triunfante, 102.4 [↩]